Está sem tempo para ler? Escute a versão em áudio!
Após criar uma base sólida (Passos 1, 2 e 3) agora está na hora de começar a construir a estrutura da nossa vida financeira. A garantia de renda para todos os cenários é um dos passos mais importantes na elaboração do seu planejamento, entenda o motivo a seguir.
Já parou para pensar como você faria para pagar as suas contas caso você parasse de receber o seu salário por estar doente, incapacitado de trabalhar ou se acontecesse qualquer imprevisto que acabasse com a sua renda?
Essa é uma situação que colocaria a perder tudo que você já construiu até aqui, inclusive consumir as suas reservas e investimentos de curto/médio e longo prazo (veremos esses tópicos mais adiante). E por esse motivo é extremamente necessário um “plano B” ou uma forma de gerar uma renda que no mínimo cubra o seu custo de vida mensal.
Você deve estar se perguntando como fazer isso? Já adianto que existe mais de uma maneira, a seguir você verá alguns exemplos para encontrar a que funciona melhor para você:
Estudo de caso: Fernanda, 26 anos farmacêutica com renda mensal de R$ 5.000,00 por mês
Imagine que Fernanda é uma jovem formada na área farmacêutica e que está começando a estruturar a sua vida financeira. Em uma sexta-feira à noite ela sai para jantar com seu namorado e comemorar o aniversário do seu relacionamento.
Como os dois pretendem tomar uma taça de vinho, de forma prudente, escolhem chamar um carro por aplicativo para não correr o risco de dirigir alcoolizados e se colocarem ou colocar outras pessoas em risco.
Porém, um outro casal, que estava na mesa ao lado decide tomar uma ou duas taças de vinho a mais e voltam dirigindo… Você já deve imaginar o final trágico dessa história e outros exemplos de como não podemos controlar o que os outros fazem. Infelizmente estamos sujeitos a acontecimentos onde não basta que sejamos prudentes, mas não podemos garantir que a pessoa que está ao nosso lado seja tão prudente como a gente. Isso pode acontecer em outras situações como acidentes dentro de casa, doenças ou qualquer outro fator que nos impossibilite de gerar uma renda e exercer a nossa força de trabalho.
Não vou entrar em detalhes ou ser o “agente do caos”, mas vamos entender formas de como podemos blindar o nosso planejamento para uma situação como essa:
Neste exemplo precisamos encontrar uma forma de gerar uma renda mensal de pelo menos R$ 5.000,00 sem que Fernanda precise trabalhar, o que chamamos de “renda passiva”.
Obs : vamos simular com o valor do salário dela, porém esse número pode ser adaptado de acordo com a sua necessidade e realidade
Opção 1: Entrar na fila do INSS (contém ironia). Apesar desse órgão ajudar ou minimizar o problema em alguns casos, você realmente se sente seguro em depender dele? Na consultoria financeira costumamos dizer que a tradução correta para INSS é “Isso Nunca Será Suficiente”.
Opção 2: Se Fernanda possuir, por exemplo, uma casa ou apartamento que gere R$ 5.000,00 por mês de aluguel o problema já estaria resolvido (aliás talvez ela nem precisasse trabalhar a princípio)
Opção 3: Fernanda possuir um patrimônio investido que gere mensalmente R$ 5.000,00 por mês somente com os juros da aplicação. Mas quanto ela precisaria ter guardado para gerar esse valor?
Se ela precisa de R$ 5.000,00 por mês, logo em um ano basta multiplicarmos esse valor por 12 meses.
R$ 5.000,00 x 12 meses = R$ 60.000,00 por ano é o valor necessário para ela poder ficar sem trabalhar.
Considerando uma taxa de rentabilidade de 8% ao ano (esse valor pode ser ajustado de acordo com a sua realidade, recomendo sempre ser mais conservador), basta dividir o valor necessário por ano (R$ 60.000,00) pela taxa de juros de 8%
R$ 60.000,00 / 8% = R$ 750.000,00
Ou seja, com R$ 750.000,00 aplicados a uma taxa de 8% ao ano, seria possível que Fernanda obtenha uma renda mensal de R$ 5.000,00 sem a necessidade de trabalhar. E o valor do investimento (R$ 750.000,00) nunca acabaria, pois ela estaria retirando somente os juros da aplicação.
Ter esse valor na maioria dos casos é improvável ou inviável, principalmente no início da nossa vida profissional.
Opção 4: A quarta e última das opções é ter um seguro para acidentes pessoais, não é um seguro de vida!
Ele funciona da mesma forma que o seguro de um carro, a diferença é que ao invés de proteger um objeto, você está se protegendo e garantindo que caso aconteça alguma coisa que te impeça de poder trabalhar, você é indenizado e consegue manter o seu padrão de vida (ou pelo menos boa parte dele).
O valor da cobertura desse seguro pode ser calculado da forma que foi mostrado no item “3”, você pode definir uma cobertura maior ou menor de acordo com a sua necessidade, este é um benefício que será utilizado por você mesmo em vida. Seu custo é muito mais baixo que um seguro de automóvel e um seguro de vida tradicional, recomendo fazer uma cotação e encontrar uma solução que encaixe no seu orçamento mesmo que de forma parcial.